segunda-feira, 6 de julho de 2015

whisky, cianureto e um punhado de coisas que ninguém sabe.



 - Foi engraçado como você mordeu fácil a isca – disse ele com um copo de whisky na mão e a pistola na outra. – Meia dúzia de juras de amor, duas ou três trepadas e cá estamos. Sua vida vale cinquenta mil e adivinhe: eu quero cinquenta mil.

Ela sorriu.

 - Isso, meu bem, sorria para a morte – disse ele com um meio sorriso. – Existe muita coisa que você não sabe sobre mim – sussurrava enquanto virava de um gole só o whisky restante e apontava a arma para ela.
Ainda sorrindo, ela fitou o copo de whisky, agora vazio, enquanto balançava um pequeno frasco  nos dedos delicados. 

Cianureto.

 - Pelo contrário, meu bem. É você que não sabe muita coisa sobre mim.

O costumeiro baque seco do corpo se chocando contra o chão. Sem sangue, sem sujeira, do jeito que ela sempre gostara.

Vestiu a jaqueta e deixou o chalé.

(Lucas Panzarini)