quinta-feira, 24 de março de 2016

sobre estradas e almas.

Não tinha nada a oferecer a não ser a garupa da sua moto, um gole da sua cerveja e um trago no seu cigarro. Nada além de abraços apertados em noites frias, sexo intenso e piadas bobas sobre qualquer coisa que fizesse rir. Não tinha nada além da sua sinceridade, das suas cicatrizes e da sua dor. Não podia dar muito mais que um punhado de força bruta, alguns olhares amedrontadores e um tanto infinito de amor.

Era, por essência, um homem de poucos bens. Porque tudo na sua vida era uma estrada. E a estrada não exigia dinheiro, mansões, roupas caras ou joias brilhantes. A estrada só pedia uma coisa.

A sua alma. Nua e crua.


(Lucas Panzarini)

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