segunda-feira, 16 de março de 2015

problemas.

O homem é um animal engraçado.

Briga no bar, bebe mais do que aguenta, faz cara feia quando se machuca, não solta uma lágrima nem por decreto presidencial. Faz o impossível, move mundos pra não perder a pose. E então, sem motivo, sem explicação, sem razão aparente, ela aparece.

E aí, meu amigo, aí que a coisa complica.

Primeiro aquela troca de olhares, depois uma espiada rápida no decote, um sorriso de canto de boca e acabou-se, o estômago embrulhou, o coração disparou e você se vê pensando no mesmo par de coxas toda noite. E o pior é que nem é só sobre sexo, é sobre encher a cara juntos, trepar a noite inteira e depois observar a cidade pela janela do quarto, sentindo a brisa fresca varrer o cheiro de perfume e fumaça do quarto enquanto vocês riem por nada e discutem as coisas mais aleatórias possíveis.  E você se sente um filho da puta miserável por saber que existem milhões de garotas no mundo e você ainda assim insiste em se deixar encantar somente por aquela. E a sua grande vontade é ir pro bar e encher a cara até qualquer resquício de sentimento desaparecer porque você sabe muito bem que mulheres são sempre um grande problema, ainda mais as que ficam bem de batom vermelho.

Mas no final das contas ela é o problema que você mais gostaria de ter.

E aí você se serve de outra caneca de café, senta-se e sorri, impressionado com a sua própria capacidade de ser tão babaca assim. E de repente você se lembra do mesmo sorriso, do mesmo jeitinho particular de mexer nos cabelos, das mesmas pernas apertadas num jeans que você quer ver amassado no canto do seu quarto.

E o ciclo sempre se repete.
Até você achar o problema que vai ficar com você o resto da sua vida.


(Lucas Panzarini)

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